AS DIFERENTES FORMAS DE REGISTRAR OS CÁLCULOS
E AS TÉCNICAS OPERATÓRIAS
"Da incerteza do cálculo é que resulta o
indiscutível prestígio da Matemática." – (Beremiz Samir apud Malba Tahan)
A palavra cálculo vem do latim
“calculus”, que significa “bola”, “pedra”, referência à forma como os romanos
calculavam, o que nos faz lembrar o instrumento ábaco. Atualmente a palavra
cálculo é usada para qualquer operação matemática. (COLL; TEBEROSKY, 2002) Nós
temos por hábito cotidiano, fazer cálculos mentais, mas isso nem sempre é
possível, por isso o uso de lápis, papel, caneta para registros ou instrumentos
como, o ábaco, a calculadora, o celular, o computador para facilitar a solução
das operações.
Ensinar os alunos os
significados e as técnicas das operações matemáticas, não garante que esses
compreendam e interpretem de maneira significativa os problemas e situações
cotidianas de modo a buscar soluções e resolver os mesmos. Dentro dessa
perspectiva é fundamental que o professor (a) estimule seu aluno a
contextualizar a matemática, para que esse invente e reinvente maneiras de
solucionar situações-problemas da sua realidade de maneira criativa, diferente
do tradicional e ousada.
Assim, a utilização de
jogos e brincadeiras (por exemplo: ábaco, material dourado, pega varetas,
boliche, torre de hanói, xadrez, boliche, cubo mágico, etc) como metodologia, é
um modo de estimular o raciocínio das crianças e fazer com que elas visualizem
as questões, tornando-as mais notáveis e consequentemente, mais compreensíveis
e passíveis de soluções. Proporcionar situações e utilizar recursos como a
calculadora, também é de relevância, uma vez que a sociedade utiliza esses
instrumentos de cálculos.
Alguns autores apresentam
técnicas criativas de resolver situações e servem como exemplo e estimulante
para que a criatividade seja uma habilidade presente em nós. Um bom exemplo é a
obra “O Homem que Calculava” do autor brasileiro, Júlio César de Mello e Souza,
mais conhecido pelo heterônimo de Malba Tahan, que
conta às aventuras de um homem singular e suas soluções fantásticas para problemas
aparentemente insolúveis, ensinando a matemática por meio da ficção, do lúdico
e de forma prazerosa.
Dentro da obra o autor
apresenta um desafio chamado “quatro quatros”, aonde o objetivo é formar
números inteiros (de 1 a 100, exceto o 41) usando apenas o algarismo 4 e operações
aritméticas elementares. Por exemplo, para formar o número 3, podemos fazer 3 =
(4 + 4 + 4) / 4. (cap. 7)
Luzia Faraco Ramos, na
obra “Conversa sobre números e operações”, também apresenta diversas técnicas
operatórias como, por exemplo, a utilização do material dourado para realizar
operações de adição, subtração, multiplicação e divisão. O uso desse material
estruturado, criado pela educadora italiana Maria Montessori, auxilia
professores em diferentes países. Montessori costuma dizer que “é agindo que a
criança adquire conhecimento, porque o intelecto passa pelas mãos [...]”.
(MONTESSORI, apud RAMOS, 2002, p.54)
A matemática, portanto,
não pode ser mecânica, matéria de cópia e repetição, mas deve ser reinventada e
ensinada de forma criativa, vista como uma disciplina de extremo significado,
uma vez que está inserida no modo de vida e na realidade da sociedade atual.
TEBEROSKY, Ana. COLL, César. Aprendendo Matemática: Conteúdos essenciais para o Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série. Editora Ática, 1999.
TAHAN, Malba. O homem que calculava. Rio de Janeiro: Editora Record. 2001.
RAMOS, Luzia F. Conversas sobre números, ações e operações: uma proposta criativa para o ensino da matemática nos primeiros anos. São Paulo: Ática, 2009.
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